sábado, 14 de junho de 2008

... e calou-se a voz da mangueira


Marrento. Grosso. Irritadiço. Jamelão era assim, mas isso não o definia. Exigia que não o chamassem de puxador de escola de samba: era intérprete de samba-enredo. Após a morte de Cartola há quase 30 anos, Jamelão simbolizava a essência do carnaval carioca e era, ao lado de Dona Zica, um dos grandes líderes da verde e rosa. Há dois anos não defendia mais sua escola de samba na passarela por motivos de saúde.
Morreu aos 95. Aos 15, viu a Mangueira nascer em 1928.
Com sua partida, calou-se a voz de toda uma época da cultura brasileira.
Só não digo que morreu também a tradição mangueirense, porque ela ainda está presente com o compositor Nélson Sargento.
E como já bem disse este, "o samba agoniza mas não morre."


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