segunda-feira, 11 de agosto de 2008

t. s. eliot (1888 - 1965)

ao fazer uma varredura em meu caótico "ajuntamento" de livros (que com minha partida para Brasília dois anos atrás ficou ainda mais caótico e desrespeitado por terceiros que insistem em achar que minhas coisas são "da casa") deparei-me com um pedaço de papel amarelado e datilografado que estava dentro de algum livro, contendo esse fragmento poético de t. s. eliot. li, gostei e postei:


"Movido sou por fantasias que se enredam
Ao redor dessas imagens a elas se agarram
A noção de algo infinitamente suave
De alguma coisa que infinitamente
sofre..."

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Projeto "Álbum Virtual" - Gravadora Trama

Com o advento da internet e com sua consolidação a partir da popularização da banda larga, troca de arquivos de música se transformou em algo corriqueiro e, assim, passou a enfrentar um inimigo colossal: as gravadoras que passaram a ver seus lucros exorbitantes virarem pó. Tentativas de englobar o contrário como a compra do napster se mostraram improdutivas, a discussão sobre direitos autorais voltaram ao centro do debate, novas maneiras de divulgação do trabalho musical se fizeram necessárias.

Foi assim que, com frequência cada vez maior, passamos a ver bandas que passaram a disponibilizar seus álbuns diretamente na internet como o Radiohead (onde o internauta escolhia que valor pagar pelo trabalho do grupo), o Nine Inch Nails em seu último álbum (The Slip, lançado em maio e que só agora ganha versão física) entre milhares de outros artistas outrora excluídos do universo das gravadoras e que quase nunca conseguiam furar o bloqueio da grande mídia para com os independentes.

Agora, um novo modelo de distribuição musical se apresenta: o Álbum Virtual, onde o usuário faz o download do álbum recebendo além das músicas (em alta qualidade - taxa de compressão a 320 kbps), o encarte em pdf, fotos, vídeos etc. No Brasil quem está inaugurando essa nova fase na distribuição de música é a gravadora Trama que trouxe de outras áreas como a esportiva e o audiovisual, a idéia de patrocínio empresarial para o lançamento comercial de música. Dessa maneira, o álbum já chega pago ao mercado (isso sem contar os custos provenientes de carga tributária, frete, jabá, comissões de venda etc)

Tom Zé, sempre ele, foi a primeira cobaia com o álbum ao vivo de Danç-êh-sá, seguido pelo grupo cuiabano Macaco Bong e sua estréia com Artista Igual A Pedreiro e agora, pelo aguardado segundo álbum da banda brasileira mais famosa lá fora da atualidade, Cansei de Ser Sexy (ou CSS), Donkey.

Clique na imagem da capa para ser redirecionado para a página do respectivo álbum virtual e seja feliz!

ps. é necessário fazer cadastro na trama virtual mas é simples e "de grátis"!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

The Gilbertos - Os Eurosambas 1992-1998

(clique na imagem do álbum para iniciar o download)

a pedido de minha querida amiga, coloco para download o álbum "Os Eurosambas 1992-1998", do duo The Gilbertos formado pelo ex-Fellini Thomas Pappon e sua esposa Karla. Trata-se de um disco de canções do auto-exílio a que Pappon se submeteu em Londres após o fim do Fellini no fim dos anos 80.
Sou um péssimo resenhista, por isso me abstenho a somente disponibilizar o disco que é duca! (afinal escrever uma canção em homenagem a Luiza Erundina é foda! hehehehe)

ps. tem uma canção chamada Jimmy Scott que reverencia o cantor jazzista norte-americano que me fez pensar se não valeria a pena postar um ou dois discos do próprio, que é um cantor muito interessante, com uma voz hermafrodita (literalmente). É só cobrar que coloco.


quarta-feira, 23 de julho de 2008

o albino hermeto e os hermetismos pascoais


perdi a apresentação de hermeto pascoal no amazonas jazz festival. não há desculpas para mim. no mínimo, hermeto é mito.
e pensar que o ingresso custava 10 reais só faz me remoer ainda mais.

para quem não conhece hermeto, posto aqui embaixo uma música de Guinga e Aldir Blanc em homenagem ao mestre:

Hermeto foi na cozinha
pra pegar o instrumental:

do facão à colherinha tudo é coisa musical.

Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau,

barril, tirrina, e peneira - tudo é coisa musical.

Me convidou pra uma pinga, meu não pesou com dó,

piscou um olho só, disse que eu tiro a seringa,

que home que não bebe e nega mocotó,

acaba quenga em vez de guinga, se veste de filó

afrouxa o fiofó e o ferrão já nem respira:

encolhe feito um nó

e vai ficar menó...

Assoprou numa chaleira, bateu nema bacia.

Jesus , Ave Maria, era uma sinfonia!

Secador e geladeira entraram no compasso,

dançou a farinheira, saleiro no pedaço e tudo era coisa musical,

funil mandando: ôi! fogão gritando: uau!

Fez um chocalho de arroz e outro de feijão

No talo do mamão cortou a fruta que já vi tocá mais doce,

irmão, direto ao coração.

Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia...

Nesse chá de panela que eu senti a vocação:

vi que música é tudo que avoa e rasga o chão.

Foi Hermeto Paschoal que magistral me deu o dom de entender que

o lixo ao avião em tudo há tom

E que até pinico da bom som se a criação é mais

se o músico for bom


chá de panela (Guinga/Aldir Blanc)
Leila Pinheiro - Catavento e Girassol - 1996

da série: a primeira semana a gente nunca esquece

Desde que comecei a fumar, essa última semana foi a primeira que consegui passar sem um cigarro. Para quem não fuma, nunca fumou ou não convive com fumantes, uma semana é uma eternidade...
No meu caso, me sinto um guerreiro contra mim mesmo pois moro com fumantes inveterados e, talvez o principal, tenha nessa semana passada por três noitadas onde, normalmente, o cigarro seria companheiro inseparável.

Agora é multiplicar essa semana por n vezes e lembrar do cigarro como uma nostálgica companhia que não mais terei (espero!).

quarta-feira, 9 de julho de 2008

da série: "eu te amo porque..."

... és a única que ao me dizer verdades, não me deixa pra baixo: me levanta e me ajuda a ser uma pessoa melhor.
ninguém gosta de ouvir verdades porque elas geralmente dóem. mas quando elas partem de ti, me acalmam...


sexta-feira, 4 de julho de 2008

intervalo

momento intervalo.

esse vídeo da Nova Schin é muito bom. Engraçado porque é bem realista.
Quem nunca teve vontade de quebrar o telefone alguma vez ao falar com call centers que atire a primeira pedra...

terça-feira, 1 de julho de 2008

estado de espírito - V



Eu sou o Tenebroso, o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro da melancolia

Eu sou Ninguém, a Calma sem alma
que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia

Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção, o Soberano
de toda a alegria que existia

Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião Pra traficar
o meu futuro por um inferno mais tranquilo

Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?

Eu sou o Poderoso, o Bababã,
o Bão! Eu sou o sangue,
não!Eu sou a Fome! do homem
que come na brecha da mão de quem vacila
Eu sou a Camuflagem que engana o chão
A Malandragem que resvala de mão em mão
Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo, perdida

Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
Eu sou o Morro, o Soberano, a Alegoria
que foi a minha vida

Eu sou a Execução, a Perfuração
O Terror da próxima edição dos jornais
Que me gritam, me devassam e me silenciam.

Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?

El Desdichado II (Lobão)
A Vida É Doce - 1999

segunda-feira, 30 de junho de 2008

sports update



Obina escreve certo por linhas tortas!
Mesmo quando tenta enfeitar e fazer firula, acaba errando...

... e fazendo o gol.

Há 22 jogos que o Sport não perdia na Ilha do Retiro em Recife. Perdeu hoje para Obina. A última derrota do atual campeão da Copa do Brasil foi no Brasileiro de 2007 para o São Paulo. Espero que a derrota para o Flamengo hoje dê sorte para a caminhada rumo ao hexa.

O pior em campo: o gramado, que me fez me lembrar dos gramados (ou seriam tapetes) europeus onde, por sinal no dia de hoje, a Espanha atropelou a Alemanha e se sagrou campeão da Eurocopa após 44 anos, com gol de Fernando "el niño" Torres.


Parabéns a Fúria!

sábado, 28 de junho de 2008

novos tempos

Como diria o juca kfouri, tomo sempre um chá de cadeira esperando pela queda do Ricardo Teixeira. Ultimamente, a idéia era tomar esse mesmo chá na varanda, esperando a queda do Eurico Miranda. Não tenho varanda, nem sou vascaíno. Entretanto, muito feliz estou em saber que aquele que representava o que há de mais nefasto no futebol brasileiro acabou de perder o poder em um clube que, como bom flamenguista, não gosto.
Mas o que interessa é que o Clube de Regatas Vasco da Gama tem nova direção e novos horizontes. Na madrugada de hoje foi ratificada a eleição de Roberto Dinamite, ídolo maior do clube e homem íntegro que luta há anos para que seu clube seja respeitado como devido. Mais uma vez reafirmo meu sangue rubro-negro, mas me sinto muito feliz em ver que ainda há esperança para o esporte brasileiro e que a antiga e ultrapassada cartolagem esportiva desse país está com os dias contados (pelo menos é isso que ardentemente espero).
Agora me resta torcer para que meu querido clube tenha um futuro parecido com o de seu maior rival e veja novos tempos de seriedade habitando a gávea.
Agora, só me resta torcer para que o grande artilheiro Roberto Dinamite ajeite a bola com carinho e acerte o seu clube passando a dar exemplo para todo o futebol brasileiro (e quem sabe eu ainda não veja o meu ídolo rubro-negro maior, o Zico, presidente do Flamengo ou da CBF)

(na foto, os grandes ídolos do clássico das multidões: Zico e Roberto Dinamite cumprimentando-se antes de mais um clássico Flamengo x Vasco, sob os olhos atentos do então repórter Kléber Leite, hoje diretor de futebol do Flamengo)


sem comentários

depois ninguém sabe porque o São Paulo é conhecido por "time de bambis"


Richarlyson, sem preconceitos, viu?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Elvis Presley + Led Zeppelin + Reggae =


A equação dispensa comentários.

Ouça Black Dog por Dread Zeppelin, do álbum de estréia Un-Led-Ed (1990).



segunda-feira, 23 de junho de 2008

Pra animar o começo da semana...

O MonkeyNews de hoje tá ótimo: de são paulo fashion week(ou são paulo fashion bicha como diz o José Simão) a enterro de anão (a iminente queda do técnico Dunga), passando pela importância de Geraldo Alckmin na divulgação internacional do chuchu.
Hehehehe.
Vale a pena conferir:




estado de espírito - IV

Neil Young dispensa apresentações. E digo mais, ele está no meu panteão de "Caras"(não confundir com a revista, pelamordedeus!!!)

Old man look at my life,
I'm a lot like you were.
Old man look at my life,
I'm a lot like you were.

Old man look at my life,
Twenty four
and there's so much more
Live alone in a paradise
That makes me think of two.

Love lost, such a cost,
Give me things
that don't get lost.
Like a coin that won't get tossed
Rolling home to you.

Old man take a look at my life
I'm a lot like you
I need someone to love me
the whole day through
Ah, one look in my eyes
and you can tell that's true.

Lullabies, look in your eyes,
Run around the same old town.
Doesn't mean that much to me
To mean that much to you.

I've been first and last
Look at how the time goes past.
But I'm all alone at last.
Rolling home to you.

Old man take a look at my life
I'm a lot like you
I need someone to love me
the whole day through
Ah, one look in my eyes
and you can tell that's true.

Old man look at my life,
I'm a lot like you were.
Old man look at my life,
I'm a lot like you were.

old man (Neil Young)
Harvest - 1972


Não resisti e disponibilizei aqui o disco do Neil Young que foi (e ainda é) meu companheiro de todas as horas:

(clique na imagem da capa do álbum para fazer o download)

domingo, 22 de junho de 2008

estado de espírito - III

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


poema em linha reta - Álvaro de Campos (Fernando Pessôa)

ps. Não resisti e coloquei aqui a adaptação musical que a Patife Band fez do poema do Pessôa:


i knew it!


Caro Fábio Jr, não te falei que valeria a pena acordar cedo pra ver o Massa na manicure (Magny-Cours)? Pois é, dormi quase nada essa noite mas o gp foi duca!
E ainda teve direito a Nelsinho Piquet ultrapassando o Alonso na última volta!

I knew it!!!

sábado, 21 de junho de 2008

sports update


Quando os deuses criaram o futebol, entre outras coisas eles devem ter dito:

"- ... e o caso da Holanda, o que faremos?
- A Holanda há de jogar o futebol mais bonito e inovador. Entretanto ela nunca deverá ser campeã em absolutamente nada."

Eles até deram uma trégua 20 anos atrás, quando o time laranja venceu a Eurocopa batendo os soviéticos por 2x0. Mas para demonstrar que aquele título fora somente uma exceção, o time que vinha encantando platéias do mundo inteiro caiu perante os agora russos por 3x1 na prorrogação.

Chora Van Basten!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

meu universo

hoje o last.fm me ajudou a lembrar que tenho uma estrela de primeira grandeza no meu universo que estava meio esquecida: Frank Vincent Zappa (não, o nome dele é Frank mesmo e não Francis, como o Albert Sinatra).


(foto: Ladl Von Jansky)

Como não sei explicar nada em poucas palavras, muito menos minha paixão obsessiva por ele, vou deixar pra fazer isso depois em um mega-hiper-super post que está em gestação intelectual (obrigado, mi amore, pela solicitação de "espalhar as postagens de forma mais homogênea pelos dias", mas não estou usando o word e sim post-it's grudados no monitor).

Mas enquanto seu post não vem, youtube pra vocês: Zappa falando sobre a Política e os políticos para a TV alemã.




A melhor parte é quando ele fala sobre sua pré-candidatura a presidente dos EUA em 1992:

"Dê uma olhada nas pessoas que têm sido presidente dos EUA até agora.
Eu conseguiria ser pior do que eles?
Mesmo que eu não soubesse absolutamente nada,
eu conseguiria fazer pior do que eles?"

Não Frank. Provavelmente não. Mas se vivo você estivesse, veria que eles, sim, tanto conseguem que fizeram.

terça-feira, 17 de junho de 2008

a cartilha do Lula - o óbvio lulante

clique aqui e leia todos os verbetes da nova língua do Palácio do Planalto!

Buemba! Buemba! - Monkey News - 16/06

Highlights:

  • "O Robinho agora tem que praticar triatlo porque CORRE, PEDALA E ... NADA"
  • "O autor do livro do Maluf conseguiu uma coisa inédita: ele vai ganhar 10% do Maluf! Ele vai conseguir tirar algum do Maluf! (...) E é hoje o lançamento: ROUBE JÁ O SEU! Agora, tem uma coisa, como é que vou pedir autógrafo do Maluf se ele sempre diz que a assinatura não é dele?"
  • Verbete do óbvio lulante do dia : galvanizado: companheiro atônito com a transmissão do Galvão do jogo da seleção.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

TPW - Tensão Pré-Weeds

Hoje é o dia de voltar os olhos para a maravilha da Mary-Louise Parker ou melhor, a traficante mais querida de toda Agrestic, Nancy Botwin. Mas quem rouba a cena sempre é a despirocada da Elizabeth Perkins na pele de Celia Hodes. Tem também o contador que vive chapado Doug Wilson, Andy Botwin - o cunhado maconheiro, Conrad o par romântico de Nancy e o sócio que tem todo o know how do "empreendimento".
Isso fora as situações surreais que mostram que ao lado da hipocrisia, da corrupção e da decadência da sociedade norte-americana, ser uma viúva dona de casa que planta e trafica maconha para sustentar a família éa coisa mais normal do mundo.
Como tudo pegou fogo, literalmente, no fim da terceira temporada, resta-nos aguardar ao eztv disponibilizar o torrent lá pela meia-noite pra ficarmos chapados de tanto rir e saber para onde Nancy Botwin irá levar suas queridas plantinhas junto com seu charme.

Zé Rodrix e a salada quase perfeita - uma receita pessoal

Hoje eu me superei. Quem me conhece sabe que tenho uma atração quase sexual pela cozinha. Não, não é um distúrbio psiquiátrico, é que adoro bancar o alquimista culinário. Dentre minhas paixões estão a comida e a música e hoje juntei as duas resultando na salada do título.

Na hora do almoço, liguei o ipod no som da sala e pus-me a escutar Zé Rodrix (o álbum Soy Latino Americano - 1976). Inspirado por seu "rock rural", peguei as folhagens e fui montando a salada com acelga, pimentão, rúcula, tomate e hortelã. Resolvi criar um prato quente para misturar com a salada. Peguei meia cebola e bastante couve, refoguei na manteiga e coloquei 2 ovos previamente batidos. Misturei tudo, desliguei o fogo e pus duas fatias de mussarela para derreter em cima da mistura. Voltei ao prato com as verduras já picadas e misturadas, abri um espaço no meio para a fritada. Temperei com azeite extra-virgem e mostarda escura.

Resultado: ficou maravilhosa, modéstia à parte. Só não ficou perfeita porque estava sem molho shoyu e a mostarda não era a dijon. Pena que não tenho uma câmera aqui comigo senão postava a foto do prato que ficou bonito, bem colorido com vários tons de verde.

Agradeço ao Zé Rodrix pela inspiração e ao hipoclorito de sódio pela higienização. hehehehehe

pátria de chuteiras

Pensei em falar sobre o jogo da selecinha brasileira contra a do Paraguai. Mas decidi que não vale a pena gastar meus dedos tecendo qualquer comentário.

Tá bom! Só uma observação: não é que o Cabañas (com sua respectiva banha abdominal) fez gol? Tá vendo? Agora a selecinha também viu que não é fácil segurar o gordinho que joga no América do México.

Péricles Cavalcanti (1947)


Péricles Cavalcanti é cantor e compositor que já teve canções gravadas por Adriana Calcanhoto, Gal Costa, Caetano Veloso, Cássia Eller, Miúcha entre outros. Com Arnaldo Antunes foi parceiro na elaboração do espetáculo multimídia "Nome", de 1993. Já compôs trilhas-sonoras para filmes e espetáculos, tais como "A Farra da Terra" do grupo Asdrúbal Trouxe O Trombone (grupo de teatro criado na década de 70 pelo diretor Hamilton Vaz Pereira e pelos atores Luíz Fernando Guimarães e Regina Casé) e "Ham-let", baseada na obra de William Shakespeare e dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa. É conhecido também por fazer adaptações musicais a partir de obras literárias como o Finnegans Wake, de James Joyce.
E é justamente por uma dessas adaptações que ele está presente aqui no blog: a partir de uma tradução de Augusto de Campos do abaixo postado poema de John Donne, Péricles Cavalcanti criou a canção Elegia gravada em 1979 por Caetano em seu álbum "Cinema Transcendental" e anos depois regravada pela Simone.
Sensível, sensual e genial como a poesia do poeta inglês do século XVI.
Confira abaixo o resultado:



Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente

Em cima, embaixo, entre

Minha América, minha terra à vista

Reino de paz se um homem só a conquista

Minha mina preciosa, meu império

Feliz de quem penetre o teu mistério

Liberto-me ficando teu escravo

Onde cai minha mão

Meu selo gravo

Nudez total

Todo prazer provêm de um corpo

(como a alma sem corpo) sem vestes

Como encadernação vistosa

Feita para iletrados

A mulher se enfeita

Mas ela é um livro místico

E somente a alguns a que tal graça se consente

É dado lê-la

Eu sou um que sabe

Um, um

Elegia (Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti sobre Elegy XX: to his mistress going to bed, de John Donne)
Cinema Transcendental - 1979


John Donne (1572-1631)


Elegy XX: to his mistress going to bed (a.ka. Elegy XIX)

COME, madam, come, all rest my powers defy;
Until I labour, I in labour lie.
The foe ofttimes, having the foe in sight,
Is tired with standing, though he never fight.
Off with that girdle, like heaven's zone glittering,
But a far fairer world encompassing.
Unpin that spangled breast-plate, which you wear,
That th' eyes of busy fools may be stopp'd there.
Unlace yourself, for that harmonious chime
Tells me from you that now it is bed-time.
Off with that happy busk, which I envy,
That still can be, and still can stand so nigh.
Your gown going off such beauteous state reveals,
As when from flowery meads th' hill's shadow steals.
Off with your wiry coronet, and show
The hairy diadems which on you do grow.
Off with your hose and shoes ; then softly tread
In this love's hallow'd temple, this soft bed.
In such white robes heaven's angels used to be
Revealed to men ; thou, angel, bring'st with thee
A heaven-like Mahomet's paradise ; and though
Ill spirits walk in white, we easily know
By this these angels from an evil sprite ;
Those set our hairs, but these our flesh upright.
Licence my roving hands, and let them go
Before, behind, between, above, below.
O, my America, my Newfoundland,
My kingdom, safest when with one man mann'd,
My mine of precious stones, my empery ;
How am I blest in thus discovering thee !
To enter in these bonds, is to be free ;
Then, where my hand is set, my soul shall be.
Full nakedness ! All joys are due to thee ;
As souls unbodied, bodies unclothed must be
To taste whole joys. Gems which you women use
Are like Atlanta's ball cast in men's views ;
That, when a fool's eye lighteth on a gem,
His earthly soul might court that, not them.
Like pictures, or like books' gay coverings made
For laymen, are all women thus array'd.
Themselves are only mystic books, which we
—Whom their imputed grace will dignify—
Must see reveal'd. Then, since that I may know,
As liberally as to thy midwife show
Thyself ; cast all, yea, this white linen hence ;
There is no penance due to innocence :
To teach thee, I am naked first ; why then,
What needst thou have more covering than a man?

sábado, 14 de junho de 2008

the dream is over

Acabou o jogo e o flamengo saiu derrotado no maracanã. O sonho quase impossível de ser campeão brasileiro invicto se esvaiu com a derrota para o time dos bambis. Mas diferentemente daquela apresentação pífia diante do América na Libertadores, o flamengo foi guerreiro mas pecou em alguns erros infantis na defesa. Perdeu mas não se abateu.
O hexacampeonato virá esse ano, mas sem se igualar ao magistral internacional liderado por Falcão em 1979, único campeão brasileiro invicto.
Hoje, venceu quem jogou melhor e tenho que admitir que o são paulo e seus bambis jogam muito e é o grande adversário do flamengo na luta pelo título.
Não é à toa que flamengo e internacional são os únicos pentacampeões.

... e calou-se a voz da mangueira


Marrento. Grosso. Irritadiço. Jamelão era assim, mas isso não o definia. Exigia que não o chamassem de puxador de escola de samba: era intérprete de samba-enredo. Após a morte de Cartola há quase 30 anos, Jamelão simbolizava a essência do carnaval carioca e era, ao lado de Dona Zica, um dos grandes líderes da verde e rosa. Há dois anos não defendia mais sua escola de samba na passarela por motivos de saúde.
Morreu aos 95. Aos 15, viu a Mangueira nascer em 1928.
Com sua partida, calou-se a voz de toda uma época da cultura brasileira.
Só não digo que morreu também a tradição mangueirense, porque ela ainda está presente com o compositor Nélson Sargento.
E como já bem disse este, "o samba agoniza mas não morre."


quinta-feira, 12 de junho de 2008

The Mixtape About Nothing

Nunca fui dos mais ardorosos fãs de hip-hop. Principalmente quando se trata do hip-hop norte-americano e aquela coisa toda de cafetões, limusines feitas de hummers, crises existenciais iniciadas com a dúvida entre comprar Dolce & Gabbana e Versace etc.
Também nunca fui um bom conhecedor mas tem alguns rappers que me fazem a cabeça como a dupla de Andre 3000 e Big Boi - o Outkast, a Lauryn Hill, Mos Def (que também é um excelente ator e acabou de estrelar o Be Kind Rewind, do Michel Gondry), Kanye West, Jay Z e, obviamente os mestres do Beastie Boys.
E eis que dando uma olhada no blog de um amigo, o Simão Pessoa, me deparo com isto:

(clique na imagem para ser direcionado para a página de download do álbum)

Pensei comigo mesmo: conheço esse design, conheço essas fontes mas em vez de Wale, não deveria estar escrito Seinfeld??? "the mixtape about nothing"???

E não deu outra, Olubowale Victor Akintimehin ou simplesmente Wale é um rapper em ascenção que ao invés de fazer suas rimas sobre tráfico resolveu falar das aventuras e desventuras de Cosmo Kramer, Elaine Benes, jerry Seinfeld, George Constanza, o Nazista da Sopa etc.
Sampleando diálogos do seriado e até do infeliz episódio em que Michael Richards (o ator que interpretava Kramer) insultou um espectador com palavras racistas (tanto a ofensa quanto o pedido de desculpas de Richards estão presentes na faixa "The Kramer").

Enfim, a idéia é interessante, o resultado é ótimo e o álbum foi lançado exclusivamente para download gratuito na internet (clique na imagem da capa para ser direcionado). Vale a pena conferir.

ps. - Valeu Simão pela dica!


sports update


Até que o Juca Kfouri tentou fazer gracinha em dizer que o Sport seria campeão (referindo-se ao Sport Club Corinthians). Acabou acertando de forma torta: deu leão da Ilha do Retiro mesmo.

Ironia 1: Até ontem a noite, todos os times paulistas das divisões inferiores do futebol brasileiro quando chegaram à final da Copa do Brasil, foram campeões. Foi assim com o Santo André e com o Paulista de Jundiaí. Mas quiseram os deuses do futebol quebrar essa regra. E logo com o Corinthians.

Ironia 2: o treinador que naufragou na nau corintiana de 2007, foi o mesmo que levou o Sport Clube Recife ao título: Nelsinho Baptista.


Sobre a CSS

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

E não é que o governo conseguiu aprovar a "nova cpmf"? Agora ele vai ter que rebolar para passar pelo Senado onde, como é sabido, não tem boa margem de negociação. Creio que dificilmente a CSS passe, já que na Câmara onde o bloco governista é poderoso ganhou pela estreita margem de 2 votos.
Agora o que não posso deixar de registrar é a hipocrisia dos "demos" e dos tucanos: primeiro eles criam o imposto e agora que não são mais governo transformaram o "imposto do cheque" em uma quimera a ser perseguida e destroçada.
A imagem acima mostra a patética manifestação dos oposicionistas, do "baixo clero"(até porque os caciques não vão fazer esse papelão em rede nacional), segurando cartazes, plaquinhas e vestindo aventaizinhos ridículos. O "piquete" dos parlamentares se explica por um motivo muito simples: jogar pra platéia, mostrar como eles são combativos defensores da sociedade contra mais um imposto para chupar a renda do brasileiro. E claro, não podemos nos esquecer que esse é ano eleitoral e as bases precisam ver ser representantes no Jornal Nacional.
Que a carga tributária nesse país é extorsiva, altíssima (entre as maiores do mundo, ao lado dos países escandinavos que, obviamente tem serviços públicos iguais aos nossos, né? hehehehe) e indecente frente ao retorno que o cidadão tem no que concerne a saúde, segurança, educação e por aí vai, não se tem a menor dúvida. Mas o que esses senhores engravatados do congresso deveriam estar fazendo não é fingir indignação, mas fazer jus ao salário que recebem e reformar o sistema tributário brasileiro que privilegia os ganham mais, não taxa as fortunas (como nos países de ponta do capitalismo financeiro) e drena a renda dos que pouco recebem. Talvez a grande grita em torno da volta do imposto do cheque seja causada pelo fato de que esse era o único imposto que realmente "cortava na carne" deles mesmos. A ex-cpmf, agora CSS, é imposto que penaliza quem movimenta dinheiro em banco com um benefício embutido: dificulta enormemente a sonegação fiscal e nós sabemos que quem sonega imposto não é aquele que recebe salário-mínimo, mas o que paga o salário-mínimo (quando chega a tanto).
No fundo essa fumaça e polêmica em torno da volta de um tributo nesses moldes serve para esconder a falta de vontade de se discutir com seriedade a questão da reforma tributária. Agora uma coisa é fato: ter uma carga tributária que gira em torno dos 40% e ver o descaso com saúde, educação, segurança, déficit habitacional, rodovias intrafegáveis, ferrovias inexistentes etc etc etc é que é insuportável.
Dizem que o empresariado não sonega imposto, se defende. Isso também é uma cretinice tremenda mas nos leva a um dilema tostines: o Estado não investe porque há a sonegação ou há sonegação porque o Estado não investe como deveria? Para mim, os dois lados estão errados posto que são os dois lados da mesma moeda. Estado e empresariado estão imbricados de maneira tão simbiótica que é difícil saber quando acaba um e começa o outro.


ps. 1 - Quando falo em empresariado, obviamente que não me refiro aos micro e pequeno empresários que são os que mais empregam e os que mais pagam imposto nesse país, proporcionalmente.

ps. 2 - Esse papo do governo de usar o álibi da moribunda saúde pública para ressuscitar o "imposto do cheque" também é o fim da picada... Coitados de nós.

ps. 3 - Agora o mais importante: entre a Contribuição Social para a Saúde e o Cansei de Ser Sexy, eu fico com a banda afinal music is my hot, hot sex!


(clique na imagem para ir para o myspace do CSS)


quarta-feira, 11 de junho de 2008

O cara

Ele é O cara e ponto final.




Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic 'til I'm gathered safely in
Lift me like an olive branch and be my homeward dove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love


Oh let me see your beauty when the witnesses are gone
Let me feel you moving like they do in Babylon
Show me slowly what I only know the limits of
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
me to the wedding now, dance me on and on
Dance me very tenderly and dance me very long
We're both of us beneath our love, we're both of us above
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love


Dance me to the children who are asking to be born
Dance me through the curtains that our kisses have outworn
Raise a tent of shelter now, though every thread is torn
Dance me to the end of love


Dance me to your beauty with a burning violin
Dance me through the panic till I'm gathered safely in
Touch me with your naked hand or touch me with your glove
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love
Dance me to the end of love



Dance me to the end of love (Leonard Cohen)
Various Positions - 1984


Quem fez um cover maravilhoso do Cohen nessa música foi a Madeleine Peyroux. Super jazzy e com aquela voz à la Billie Holiday dela. Quem quiser conferir, ouça aqui embaixo:

terça-feira, 10 de junho de 2008

estado de espírito - II




Você fala que sim,
que me compreende;
você fala que não,
que não me entrega
que não me vende
que não me deixa
que não me larga.

Mas você deixa tudo
deixou
você deixa mágoa
deixou
você deixa frio
deixou
e me deixa na rua
deixou.

Você jura, jura,
jurou,
você me despreza
prezou,
você vira a esquina
esquinou
e me deixa à toa
tô, tô, to.

Você passa mal
toma Sonrisal
se engana, mas vai em frente
pra mim não tem jeito
não tem beijo final
e não vai ter happy end
e não vai ter happy end
e não vai ter happy.


Happy End (Tom Zé/Antônio Pádua)
Se O Caso É Chorar - 1972

estado de espírito - I


um homem com uma dor
(Paulo Leminski)


um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante

carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha

ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra

já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo

morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma

morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma



Sobre a ausência de novidades no blog...

... como diria Macunaíma:

- Ai, que preguiça!

sábado, 24 de maio de 2008

O Veneno e O Antídoto

Durante muitos anos, a Colômbia tem sido lembrada por sua guerra civil naturalizada e por ser o grande epicentro do tráfico mundial de cocaína. O governo Uribe tem aproveitado o clima de constante beligerância para aplicar normas e leis dignas de um estado de exceção e tem sido pesadamente apoiado pelo governo norte-americano. As esquerdas e a intelligentsia latino-americana acha a proximidade com os EUA algo quase demoníaco e vive alardeando o perigo de "estadunização da América Latina"(como se os norte-americanos precisassem de armas para se impôr). Esses mesmos grupos que vêem Uribe como um títere, fecham os olhos para uma realidade crua e violenta que direta ou indiretamente acabam alimentando: a realidade colombiana é resultado de décadas e décadas de confrontos ideológicos financiados pelo narcotráfico. Governos como os do Equador, Venezuela, Argentina e Brasil recusam a admitir o caos existente em nossa vizinha Colômbia e isso ocorre por causa do medo em admitir nossa própria ignorância ideológica que ajudou no problema colombiano.
Mesmo assim, o povo colombiano tenta ter esperanças, o que sempre é difícil quando se tem vizinhos, filhos e amigos sendo chacinados sabe-se lá por quem. Projetos de revitalização social como os implantados em Bogotá e Medellín(esta última, tendo sido durante muitos anos considerada a cidade mais violenta do mundo segundo a ONU), provaram que se o poder público olhar para o problema da violência, da desigualdade de renda e da saúde pública de frente; e conquistar o apoio da população, algumas coisas podem melhorar para todos. O Estado precisa estar se fazer presente em zonas de conflito não com armas, mas com hospitais, transporte, saneamento básico, escolas, teatros...
No Brasil, temos uma guerra não-declarada nos grandes centros: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, entorno de Brasília ostentam dados muito parecidos com os da Colômbia. Mesmo assim, quase nada é feito, vide Capão Redondo, Complexo do Alemão, Águas Lindas e por aí vai. O Luís Inácio lançou o seu PAC dos milagres em alguns morros do Rio de Janeiro no começo do ano. Vamos esperar pra ver se as obras ao menos serão completadas ou se o teleférico da Rocinha será uma nova obra inacabada para entrar no extenso catálogo existente no Brasil (como estradas, pontes sistemas de esgoto etc.).
O Grande problema que temos no Brasil é a falta de continuidade e de seriadade no trato da coisa pública. Personalismo e descompromisso com o próximo. Talvez se nossos bandidos começassem a sequestrar senadores, governadores e candidatos presidenciais, nossos governos finalmente teriam noção do mal que fazem com suas administrações eleitoreiras.

. . .

Bom, tudo isso foi pra falar de um filme cujo trailer eu posto aqui embaixo e que não vejo a hora de passar aqui por Brasília. Trata-se de O Veneno e o Antídoto: Uma Visão da Violência na Colômbia, de Estevão Ciavatta, diretor do ótimo Nélson Sargento, curta sobre o maravilhoso sambista da Mangueira, que assisti há alguns anos no Festival de Brasília.
Mesmo sem ter visto o filme, parabenizo o diretor e o grupo AfroReggae que faz um belíssimo e corajoso trabalho na periferia do Rio de Janeiro. Mas isso é assunto para um próximo post.




quinta-feira, 15 de maio de 2008

Música do dia



Feito gente, feito fase.
Eu te amei, como pude.
Fui inteiro, fui metade.
Eu te amei, como pude.

Fui a faca e a ferida.
Eu te amei como pude.
Feito bicho que se espanta.
Eu te amei como pude.
Quando chegam a morte e a vida

Feito lixo que se queima.
Eu te amei como pude.
Feito chama quando arde.
Eu te amei como pude.

Fui capacho, já fui lama.
Eu te amei como pude.
Fui herói, fui covarde.
Eu te amei como pude.
Feito a dor que cedo ou tarde.
Eu te amei como pude.
Dói o corpo e dói a alma.

Feito água, feito vinho.
Eu te amei como pude.
Feito mágua, feito espinho.
Eu te amei como pude.

Fui um poço, pensamento.
Eu te amei como pude.
Fui a calma e a revolta.
Eu te amei como pude.
Fui a vela, fui o vento.
Eu te amei como pude.
A partida foi a volta.



Feito Gente (Walter Franco)
Revolver - 1975

Quem puxa aos seus não regenera - I

Diferentemente do que se diz, creio que a gente vê nossa vida passar como um filme em nossa cabeça quando se está no fundo do poço. Talvez isso sirva pra alguma coisa, nem que seja para se martirizar. Escolhas, caminhos, objetivos que a gente faz, toma ou tem ficam martelando na cabe: "e se eu tivesse feito isso... e se eu não tivesse feito aquilo... e se..."

A verdade é que de nada adianta essa vida de auto-comiseração. isso não é viver, é se lamentar.

Mas o que fica de tudo isso é a noção de aprender com nossos erros. Mas ninguém aprende. isso é uma grande mentira, uma frase clichê para falar pros outros. A gente é o que é. Posso estar sendo derrotista, me entregando ao cinismo e ao comodismo. é provável que sim.

Uma das coisas mais difíceis que uma pessoa pode fazer é se olhar no espelho e ver quem você realmente é. Talvez eu seja isso: um arremedo de fracassos que precedem a minha existência. pai, mãe, família, amores, amigos, sonhos não concretizados. Sou uma grande mistura de tudo isso. Tentei e ainda tento ser diferente disso. o problema é que o preço a se pagar para romper com a correnteza de nossas origens é muito alto. Praticamente impagável.

Dizem que quem puxa aos seus não degenera.

O certo seria dizer que quem puxa aos seus não regenera.

Se fígado pode, quem sabe minha alma também não consiga.

Let me try again!

sábado, 10 de maio de 2008

Há exatos cinco anos...

Investir
É cultivar o amor
Se despir
É ativar

Resistir
É aturar o amor
Insistir
É saturar

Aderir
É estar com seu amor
Adorar
É superstar

Aplaudir
Até sentindo dor
É amar

Quem puder
Viver um grande amor
Verá

Consentir
É educar o amor
Seduzir
É cutucar

Amarei!
É conjugar o amor
Não amei!
É enxugar

Avançar
É conquistar o amor
Amansar
É como está

Como estou
Com muito amor pra dar
Eu dou!

Quem estiver
Atrás de um grande amor
Achou!


Achou!
(Dante Ozzetti e Luiz Tatit)


Eu achei.
Cinco anos atrás.

Fofinha, te amo muito!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

The Slip - Novo álbum do Nine Inch Nails


Trent Reznor acaba de lançar mais um álbum do NIN. A novidade fica por conta da utilização da licença Creative Commons que permite a distribuição não-comercial do álbum em qualquer meio:

" we encourage you to
remix it
share it with your friends,
post it on your blog,
play it on your podcast,
give it to strangers,
etc."

Clique na imagem da capa do álbum para ser direcionado para a página oficial do grupo e baixar o álbum.

ps 1. o melhor é a disponibilização de vários graus de qualidade de compressão. Aconselho o flac.

ps 2. Meus agradecimentos a minha fofinha por me informar desta novidade musical!

John McCain hoje no Daily Show

John McCain estará presente hoje à noite no Daily Show com Jon Stewart - programa exibido pelo canal Comedy Central e no Brasil pela Sony em edição resumida.
Na última aparição do candidato republicano em agosto de 2007, McCain já esbanjava confiança na certeza da indicação republicana e mostrou grandes diferenças entre ele e seu correligionário, o presidente W. Bush. Um exemplo é a sua promessa em fechar a prisão de Guantánamo e acabar com a tortura de prisioneiros. (Como diria o finado Covas, "palavra empenhada é promessa cumprida", ficaremos de olho!)

Mas o melhor momento é quando ele diz que a vida real não é como em 24 Horas:

John McCain - Jack Bauer and I have a lot in common, you know...
Jon Stewart - Really?
John McCain - Really! We do!
Jon Stewart - Are you fictional, sir?

Aqui vai a entrevista do ano passado toda e quinta-feira eu posto a nova.

domingo, 4 de maio de 2008

Deus perdoa. Obina não!


Sabe o Flamengo? pois é...