sexta-feira, 25 de julho de 2008

Projeto "Álbum Virtual" - Gravadora Trama

Com o advento da internet e com sua consolidação a partir da popularização da banda larga, troca de arquivos de música se transformou em algo corriqueiro e, assim, passou a enfrentar um inimigo colossal: as gravadoras que passaram a ver seus lucros exorbitantes virarem pó. Tentativas de englobar o contrário como a compra do napster se mostraram improdutivas, a discussão sobre direitos autorais voltaram ao centro do debate, novas maneiras de divulgação do trabalho musical se fizeram necessárias.

Foi assim que, com frequência cada vez maior, passamos a ver bandas que passaram a disponibilizar seus álbuns diretamente na internet como o Radiohead (onde o internauta escolhia que valor pagar pelo trabalho do grupo), o Nine Inch Nails em seu último álbum (The Slip, lançado em maio e que só agora ganha versão física) entre milhares de outros artistas outrora excluídos do universo das gravadoras e que quase nunca conseguiam furar o bloqueio da grande mídia para com os independentes.

Agora, um novo modelo de distribuição musical se apresenta: o Álbum Virtual, onde o usuário faz o download do álbum recebendo além das músicas (em alta qualidade - taxa de compressão a 320 kbps), o encarte em pdf, fotos, vídeos etc. No Brasil quem está inaugurando essa nova fase na distribuição de música é a gravadora Trama que trouxe de outras áreas como a esportiva e o audiovisual, a idéia de patrocínio empresarial para o lançamento comercial de música. Dessa maneira, o álbum já chega pago ao mercado (isso sem contar os custos provenientes de carga tributária, frete, jabá, comissões de venda etc)

Tom Zé, sempre ele, foi a primeira cobaia com o álbum ao vivo de Danç-êh-sá, seguido pelo grupo cuiabano Macaco Bong e sua estréia com Artista Igual A Pedreiro e agora, pelo aguardado segundo álbum da banda brasileira mais famosa lá fora da atualidade, Cansei de Ser Sexy (ou CSS), Donkey.

Clique na imagem da capa para ser redirecionado para a página do respectivo álbum virtual e seja feliz!

ps. é necessário fazer cadastro na trama virtual mas é simples e "de grátis"!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

The Gilbertos - Os Eurosambas 1992-1998

(clique na imagem do álbum para iniciar o download)

a pedido de minha querida amiga, coloco para download o álbum "Os Eurosambas 1992-1998", do duo The Gilbertos formado pelo ex-Fellini Thomas Pappon e sua esposa Karla. Trata-se de um disco de canções do auto-exílio a que Pappon se submeteu em Londres após o fim do Fellini no fim dos anos 80.
Sou um péssimo resenhista, por isso me abstenho a somente disponibilizar o disco que é duca! (afinal escrever uma canção em homenagem a Luiza Erundina é foda! hehehehe)

ps. tem uma canção chamada Jimmy Scott que reverencia o cantor jazzista norte-americano que me fez pensar se não valeria a pena postar um ou dois discos do próprio, que é um cantor muito interessante, com uma voz hermafrodita (literalmente). É só cobrar que coloco.


quarta-feira, 23 de julho de 2008

o albino hermeto e os hermetismos pascoais


perdi a apresentação de hermeto pascoal no amazonas jazz festival. não há desculpas para mim. no mínimo, hermeto é mito.
e pensar que o ingresso custava 10 reais só faz me remoer ainda mais.

para quem não conhece hermeto, posto aqui embaixo uma música de Guinga e Aldir Blanc em homenagem ao mestre:

Hermeto foi na cozinha
pra pegar o instrumental:

do facão à colherinha tudo é coisa musical.

Trouxe concha e escumadeira, ralador, colher de pau,

barril, tirrina, e peneira - tudo é coisa musical.

Me convidou pra uma pinga, meu não pesou com dó,

piscou um olho só, disse que eu tiro a seringa,

que home que não bebe e nega mocotó,

acaba quenga em vez de guinga, se veste de filó

afrouxa o fiofó e o ferrão já nem respira:

encolhe feito um nó

e vai ficar menó...

Assoprou numa chaleira, bateu nema bacia.

Jesus , Ave Maria, era uma sinfonia!

Secador e geladeira entraram no compasso,

dançou a farinheira, saleiro no pedaço e tudo era coisa musical,

funil mandando: ôi! fogão gritando: uau!

Fez um chocalho de arroz e outro de feijão

No talo do mamão cortou a fruta que já vi tocá mais doce,

irmão, direto ao coração.

Assoprou numa chaleira, bateu numa bacia...

Nesse chá de panela que eu senti a vocação:

vi que música é tudo que avoa e rasga o chão.

Foi Hermeto Paschoal que magistral me deu o dom de entender que

o lixo ao avião em tudo há tom

E que até pinico da bom som se a criação é mais

se o músico for bom


chá de panela (Guinga/Aldir Blanc)
Leila Pinheiro - Catavento e Girassol - 1996

da série: a primeira semana a gente nunca esquece

Desde que comecei a fumar, essa última semana foi a primeira que consegui passar sem um cigarro. Para quem não fuma, nunca fumou ou não convive com fumantes, uma semana é uma eternidade...
No meu caso, me sinto um guerreiro contra mim mesmo pois moro com fumantes inveterados e, talvez o principal, tenha nessa semana passada por três noitadas onde, normalmente, o cigarro seria companheiro inseparável.

Agora é multiplicar essa semana por n vezes e lembrar do cigarro como uma nostálgica companhia que não mais terei (espero!).

quarta-feira, 9 de julho de 2008

da série: "eu te amo porque..."

... és a única que ao me dizer verdades, não me deixa pra baixo: me levanta e me ajuda a ser uma pessoa melhor.
ninguém gosta de ouvir verdades porque elas geralmente dóem. mas quando elas partem de ti, me acalmam...


sexta-feira, 4 de julho de 2008

intervalo

momento intervalo.

esse vídeo da Nova Schin é muito bom. Engraçado porque é bem realista.
Quem nunca teve vontade de quebrar o telefone alguma vez ao falar com call centers que atire a primeira pedra...

terça-feira, 1 de julho de 2008

estado de espírito - V



Eu sou o Tenebroso, o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,
o Sol negro da melancolia

Eu sou Ninguém, a Calma sem alma
que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia

Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
O samba-sem-canção, o Soberano
de toda a alegria que existia

Eu sou a Contramão da contradição
Que se entrega a Qualquer deus-novo-embrião Pra traficar
o meu futuro por um inferno mais tranquilo

Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?

Eu sou o Poderoso, o Bababã,
o Bão! Eu sou o sangue,
não!Eu sou a Fome! do homem
que come na brecha da mão de quem vacila
Eu sou a Camuflagem que engana o chão
A Malandragem que resvala de mão em mão
Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo, perdida

Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o Rei
Eu sou o Morro, o Soberano, a Alegoria
que foi a minha vida

Eu sou a Execução, a Perfuração
O Terror da próxima edição dos jornais
Que me gritam, me devassam e me silenciam.

Eu sou Nada e é isso que me convém
Eu sou o sub-do-mundo e o que será que me detém?

El Desdichado II (Lobão)
A Vida É Doce - 1999