sábado, 24 de maio de 2008

O Veneno e O Antídoto

Durante muitos anos, a Colômbia tem sido lembrada por sua guerra civil naturalizada e por ser o grande epicentro do tráfico mundial de cocaína. O governo Uribe tem aproveitado o clima de constante beligerância para aplicar normas e leis dignas de um estado de exceção e tem sido pesadamente apoiado pelo governo norte-americano. As esquerdas e a intelligentsia latino-americana acha a proximidade com os EUA algo quase demoníaco e vive alardeando o perigo de "estadunização da América Latina"(como se os norte-americanos precisassem de armas para se impôr). Esses mesmos grupos que vêem Uribe como um títere, fecham os olhos para uma realidade crua e violenta que direta ou indiretamente acabam alimentando: a realidade colombiana é resultado de décadas e décadas de confrontos ideológicos financiados pelo narcotráfico. Governos como os do Equador, Venezuela, Argentina e Brasil recusam a admitir o caos existente em nossa vizinha Colômbia e isso ocorre por causa do medo em admitir nossa própria ignorância ideológica que ajudou no problema colombiano.
Mesmo assim, o povo colombiano tenta ter esperanças, o que sempre é difícil quando se tem vizinhos, filhos e amigos sendo chacinados sabe-se lá por quem. Projetos de revitalização social como os implantados em Bogotá e Medellín(esta última, tendo sido durante muitos anos considerada a cidade mais violenta do mundo segundo a ONU), provaram que se o poder público olhar para o problema da violência, da desigualdade de renda e da saúde pública de frente; e conquistar o apoio da população, algumas coisas podem melhorar para todos. O Estado precisa estar se fazer presente em zonas de conflito não com armas, mas com hospitais, transporte, saneamento básico, escolas, teatros...
No Brasil, temos uma guerra não-declarada nos grandes centros: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, entorno de Brasília ostentam dados muito parecidos com os da Colômbia. Mesmo assim, quase nada é feito, vide Capão Redondo, Complexo do Alemão, Águas Lindas e por aí vai. O Luís Inácio lançou o seu PAC dos milagres em alguns morros do Rio de Janeiro no começo do ano. Vamos esperar pra ver se as obras ao menos serão completadas ou se o teleférico da Rocinha será uma nova obra inacabada para entrar no extenso catálogo existente no Brasil (como estradas, pontes sistemas de esgoto etc.).
O Grande problema que temos no Brasil é a falta de continuidade e de seriadade no trato da coisa pública. Personalismo e descompromisso com o próximo. Talvez se nossos bandidos começassem a sequestrar senadores, governadores e candidatos presidenciais, nossos governos finalmente teriam noção do mal que fazem com suas administrações eleitoreiras.

. . .

Bom, tudo isso foi pra falar de um filme cujo trailer eu posto aqui embaixo e que não vejo a hora de passar aqui por Brasília. Trata-se de O Veneno e o Antídoto: Uma Visão da Violência na Colômbia, de Estevão Ciavatta, diretor do ótimo Nélson Sargento, curta sobre o maravilhoso sambista da Mangueira, que assisti há alguns anos no Festival de Brasília.
Mesmo sem ter visto o filme, parabenizo o diretor e o grupo AfroReggae que faz um belíssimo e corajoso trabalho na periferia do Rio de Janeiro. Mas isso é assunto para um próximo post.




quinta-feira, 15 de maio de 2008

Música do dia



Feito gente, feito fase.
Eu te amei, como pude.
Fui inteiro, fui metade.
Eu te amei, como pude.

Fui a faca e a ferida.
Eu te amei como pude.
Feito bicho que se espanta.
Eu te amei como pude.
Quando chegam a morte e a vida

Feito lixo que se queima.
Eu te amei como pude.
Feito chama quando arde.
Eu te amei como pude.

Fui capacho, já fui lama.
Eu te amei como pude.
Fui herói, fui covarde.
Eu te amei como pude.
Feito a dor que cedo ou tarde.
Eu te amei como pude.
Dói o corpo e dói a alma.

Feito água, feito vinho.
Eu te amei como pude.
Feito mágua, feito espinho.
Eu te amei como pude.

Fui um poço, pensamento.
Eu te amei como pude.
Fui a calma e a revolta.
Eu te amei como pude.
Fui a vela, fui o vento.
Eu te amei como pude.
A partida foi a volta.



Feito Gente (Walter Franco)
Revolver - 1975

Quem puxa aos seus não regenera - I

Diferentemente do que se diz, creio que a gente vê nossa vida passar como um filme em nossa cabeça quando se está no fundo do poço. Talvez isso sirva pra alguma coisa, nem que seja para se martirizar. Escolhas, caminhos, objetivos que a gente faz, toma ou tem ficam martelando na cabe: "e se eu tivesse feito isso... e se eu não tivesse feito aquilo... e se..."

A verdade é que de nada adianta essa vida de auto-comiseração. isso não é viver, é se lamentar.

Mas o que fica de tudo isso é a noção de aprender com nossos erros. Mas ninguém aprende. isso é uma grande mentira, uma frase clichê para falar pros outros. A gente é o que é. Posso estar sendo derrotista, me entregando ao cinismo e ao comodismo. é provável que sim.

Uma das coisas mais difíceis que uma pessoa pode fazer é se olhar no espelho e ver quem você realmente é. Talvez eu seja isso: um arremedo de fracassos que precedem a minha existência. pai, mãe, família, amores, amigos, sonhos não concretizados. Sou uma grande mistura de tudo isso. Tentei e ainda tento ser diferente disso. o problema é que o preço a se pagar para romper com a correnteza de nossas origens é muito alto. Praticamente impagável.

Dizem que quem puxa aos seus não degenera.

O certo seria dizer que quem puxa aos seus não regenera.

Se fígado pode, quem sabe minha alma também não consiga.

Let me try again!

sábado, 10 de maio de 2008

Há exatos cinco anos...

Investir
É cultivar o amor
Se despir
É ativar

Resistir
É aturar o amor
Insistir
É saturar

Aderir
É estar com seu amor
Adorar
É superstar

Aplaudir
Até sentindo dor
É amar

Quem puder
Viver um grande amor
Verá

Consentir
É educar o amor
Seduzir
É cutucar

Amarei!
É conjugar o amor
Não amei!
É enxugar

Avançar
É conquistar o amor
Amansar
É como está

Como estou
Com muito amor pra dar
Eu dou!

Quem estiver
Atrás de um grande amor
Achou!


Achou!
(Dante Ozzetti e Luiz Tatit)


Eu achei.
Cinco anos atrás.

Fofinha, te amo muito!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

The Slip - Novo álbum do Nine Inch Nails


Trent Reznor acaba de lançar mais um álbum do NIN. A novidade fica por conta da utilização da licença Creative Commons que permite a distribuição não-comercial do álbum em qualquer meio:

" we encourage you to
remix it
share it with your friends,
post it on your blog,
play it on your podcast,
give it to strangers,
etc."

Clique na imagem da capa do álbum para ser direcionado para a página oficial do grupo e baixar o álbum.

ps 1. o melhor é a disponibilização de vários graus de qualidade de compressão. Aconselho o flac.

ps 2. Meus agradecimentos a minha fofinha por me informar desta novidade musical!

John McCain hoje no Daily Show

John McCain estará presente hoje à noite no Daily Show com Jon Stewart - programa exibido pelo canal Comedy Central e no Brasil pela Sony em edição resumida.
Na última aparição do candidato republicano em agosto de 2007, McCain já esbanjava confiança na certeza da indicação republicana e mostrou grandes diferenças entre ele e seu correligionário, o presidente W. Bush. Um exemplo é a sua promessa em fechar a prisão de Guantánamo e acabar com a tortura de prisioneiros. (Como diria o finado Covas, "palavra empenhada é promessa cumprida", ficaremos de olho!)

Mas o melhor momento é quando ele diz que a vida real não é como em 24 Horas:

John McCain - Jack Bauer and I have a lot in common, you know...
Jon Stewart - Really?
John McCain - Really! We do!
Jon Stewart - Are you fictional, sir?

Aqui vai a entrevista do ano passado toda e quinta-feira eu posto a nova.

domingo, 4 de maio de 2008

Deus perdoa. Obina não!


Sabe o Flamengo? pois é...