quinta-feira, 15 de maio de 2008

Quem puxa aos seus não regenera - I

Diferentemente do que se diz, creio que a gente vê nossa vida passar como um filme em nossa cabeça quando se está no fundo do poço. Talvez isso sirva pra alguma coisa, nem que seja para se martirizar. Escolhas, caminhos, objetivos que a gente faz, toma ou tem ficam martelando na cabe: "e se eu tivesse feito isso... e se eu não tivesse feito aquilo... e se..."

A verdade é que de nada adianta essa vida de auto-comiseração. isso não é viver, é se lamentar.

Mas o que fica de tudo isso é a noção de aprender com nossos erros. Mas ninguém aprende. isso é uma grande mentira, uma frase clichê para falar pros outros. A gente é o que é. Posso estar sendo derrotista, me entregando ao cinismo e ao comodismo. é provável que sim.

Uma das coisas mais difíceis que uma pessoa pode fazer é se olhar no espelho e ver quem você realmente é. Talvez eu seja isso: um arremedo de fracassos que precedem a minha existência. pai, mãe, família, amores, amigos, sonhos não concretizados. Sou uma grande mistura de tudo isso. Tentei e ainda tento ser diferente disso. o problema é que o preço a se pagar para romper com a correnteza de nossas origens é muito alto. Praticamente impagável.

Dizem que quem puxa aos seus não degenera.

O certo seria dizer que quem puxa aos seus não regenera.

Se fígado pode, quem sabe minha alma também não consiga.

Let me try again!

2 comentários:

persona fóssil disse...

oh dear, dizem que até o dna muda com a experiência... por que não a alma, que é muito mais fluida?

fjunior disse...

eu acho que a alma muda até demais... ou então, aos poucos, ela vai se descobrindo... talvez já nasça pronta... mas é como um grande e imenso pacote que vc tem que ir descascando até chegar ao que interessa...