quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobre a CSS

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

E não é que o governo conseguiu aprovar a "nova cpmf"? Agora ele vai ter que rebolar para passar pelo Senado onde, como é sabido, não tem boa margem de negociação. Creio que dificilmente a CSS passe, já que na Câmara onde o bloco governista é poderoso ganhou pela estreita margem de 2 votos.
Agora o que não posso deixar de registrar é a hipocrisia dos "demos" e dos tucanos: primeiro eles criam o imposto e agora que não são mais governo transformaram o "imposto do cheque" em uma quimera a ser perseguida e destroçada.
A imagem acima mostra a patética manifestação dos oposicionistas, do "baixo clero"(até porque os caciques não vão fazer esse papelão em rede nacional), segurando cartazes, plaquinhas e vestindo aventaizinhos ridículos. O "piquete" dos parlamentares se explica por um motivo muito simples: jogar pra platéia, mostrar como eles são combativos defensores da sociedade contra mais um imposto para chupar a renda do brasileiro. E claro, não podemos nos esquecer que esse é ano eleitoral e as bases precisam ver ser representantes no Jornal Nacional.
Que a carga tributária nesse país é extorsiva, altíssima (entre as maiores do mundo, ao lado dos países escandinavos que, obviamente tem serviços públicos iguais aos nossos, né? hehehehe) e indecente frente ao retorno que o cidadão tem no que concerne a saúde, segurança, educação e por aí vai, não se tem a menor dúvida. Mas o que esses senhores engravatados do congresso deveriam estar fazendo não é fingir indignação, mas fazer jus ao salário que recebem e reformar o sistema tributário brasileiro que privilegia os ganham mais, não taxa as fortunas (como nos países de ponta do capitalismo financeiro) e drena a renda dos que pouco recebem. Talvez a grande grita em torno da volta do imposto do cheque seja causada pelo fato de que esse era o único imposto que realmente "cortava na carne" deles mesmos. A ex-cpmf, agora CSS, é imposto que penaliza quem movimenta dinheiro em banco com um benefício embutido: dificulta enormemente a sonegação fiscal e nós sabemos que quem sonega imposto não é aquele que recebe salário-mínimo, mas o que paga o salário-mínimo (quando chega a tanto).
No fundo essa fumaça e polêmica em torno da volta de um tributo nesses moldes serve para esconder a falta de vontade de se discutir com seriedade a questão da reforma tributária. Agora uma coisa é fato: ter uma carga tributária que gira em torno dos 40% e ver o descaso com saúde, educação, segurança, déficit habitacional, rodovias intrafegáveis, ferrovias inexistentes etc etc etc é que é insuportável.
Dizem que o empresariado não sonega imposto, se defende. Isso também é uma cretinice tremenda mas nos leva a um dilema tostines: o Estado não investe porque há a sonegação ou há sonegação porque o Estado não investe como deveria? Para mim, os dois lados estão errados posto que são os dois lados da mesma moeda. Estado e empresariado estão imbricados de maneira tão simbiótica que é difícil saber quando acaba um e começa o outro.


ps. 1 - Quando falo em empresariado, obviamente que não me refiro aos micro e pequeno empresários que são os que mais empregam e os que mais pagam imposto nesse país, proporcionalmente.

ps. 2 - Esse papo do governo de usar o álibi da moribunda saúde pública para ressuscitar o "imposto do cheque" também é o fim da picada... Coitados de nós.

ps. 3 - Agora o mais importante: entre a Contribuição Social para a Saúde e o Cansei de Ser Sexy, eu fico com a banda afinal music is my hot, hot sex!


(clique na imagem para ir para o myspace do CSS)


Um comentário:

lisa disse...

HAHAHAHAHAHAHA

adorei a passeata!