
Péricles Cavalcanti é cantor e compositor que já teve canções gravadas por Adriana Calcanhoto, Gal Costa, Caetano Veloso, Cássia Eller, Miúcha entre outros. Com Arnaldo Antunes foi parceiro na elaboração do espetáculo multimídia "Nome", de 1993. Já compôs trilhas-sonoras para filmes e espetáculos, tais como "A Farra da Terra" do grupo Asdrúbal Trouxe O Trombone (grupo de teatro criado na década de 70 pelo diretor Hamilton Vaz Pereira e pelos atores Luíz Fernando Guimarães e Regina Casé) e "Ham-let", baseada na obra de William Shakespeare e dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa. É conhecido também por fazer adaptações musicais a partir de obras literárias como o Finnegans Wake, de James Joyce.
E é justamente por uma dessas adaptações que ele está presente aqui no blog: a partir de uma tradução de Augusto de Campos do abaixo postado poema de John Donne, Péricles Cavalcanti criou a canção Elegia gravada em 1979 por Caetano em seu álbum "Cinema Transcendental" e anos depois regravada pela Simone.
Sensível, sensual e genial como a poesia do poeta inglês do século XVI.
Confira abaixo o resultado:
Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente
Em cima, embaixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Meu selo gravo
Nudez total
Todo prazer provêm de um corpo
(como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la
Eu sou um que sabe
Um, um
Elegia (Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti sobre Elegy XX: to his mistress going to bed, de John Donne)
Cinema Transcendental - 1979
E é justamente por uma dessas adaptações que ele está presente aqui no blog: a partir de uma tradução de Augusto de Campos do abaixo postado poema de John Donne, Péricles Cavalcanti criou a canção Elegia gravada em 1979 por Caetano em seu álbum "Cinema Transcendental" e anos depois regravada pela Simone.
Sensível, sensual e genial como a poesia do poeta inglês do século XVI.
Confira abaixo o resultado:
Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente
Em cima, embaixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão
Meu selo gravo
Nudez total
Todo prazer provêm de um corpo
(como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados
A mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico
E somente a alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la
Eu sou um que sabe
Um, um
Elegia (Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti sobre Elegy XX: to his mistress going to bed, de John Donne)
Cinema Transcendental - 1979
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